sexta-feira, 17 de julho de 2009

Noctívagos

A noite chega, não há sono, há vida a correr dentro de nós, há trocas de horários, porque às vezes temos que viver de dia, mas se pudéssemos escolher... escolheríamos a noite para viver.
Durante o tempo de aulas é quase impossível, e chega a ser mau - no caso de insónias - porque tenho mesmo de me habituar aos horários normais da rotina humana. Ou pelo menos de Portugal, já que no Pólo Norte há noite durante 6 meses (maravilha! Se bem que deve ser esgotante porque depois não há diferença nenhuma entre o dia e a noite).
Se durante as aulas tento viver mais durante o dia do que durante a noite, na época de exames e nas férias vivo mais durante a noite. Um pouco da minha rotina: embora esteja acordada desde as duas da tarde o meu cérebro ganha força quando escurece. De tarde passeio-me pela casa a coçar a cabeça e vou dando uma olhada pela matéria, janto lá para as 22:00 e à meia-noite o estudo começa com força. Até às 6 da manhã tenho uma energia como não há igual e tenho muito mais atenção. O computador fica ligado e quando me lembro de qualquer coisa tenho sempre o blogue à mão (e o google para pesquisar qualquer coisa que não tenha completa). Por volta das 2 da manhã fico com fome e vou comer qualquer coisa e beber uma caneca de leite com chocolate. Volto à carga. Quando vejo amanhecer sinto que cumpri a missão e é nessa altura que me deito. Durmo das 06:00 às 14:00, tomo o pequeno-almoço e volto ao mesmo.
Durante as férias, mesmo férias, não muda muito. Os horários são idênticos, raramente almoço acompanhada ou então levanto-me e almoço logo com a minha família. Salto, portanto, o pequeno-almoço. A noite nas férias é simples: começo e acabo a ver séries e quando dão os Jogos Olímpicos vejo até às 6 ou 7 da manhã e depois deito-me. Se estiver em Coimbra o que mais gosto mesmo é de começar a noite no Japonês que é calminho e agradável, com mais uma ou outra amiga também noctívagas. Depois segue-se o Cartola ou TAGV. São duas ou três da manhã e seguem-se as esplanadas nas "Docas". Mais tarde atravessamos o parque pela beira-rio. Sentamo-nos numa paragem de autocarro qualquer na portagem, falamos, falamos, falamos (nós mulheres não nos calamos mesmo), por volta das 5 vamos comer qualquer coisa a uma tasca onde os taxistas vão, às 6 já se vê alguma vida para além da nossa e da dos bêbedos, às 7 apanho o primeiro autocarro para a zona onde moro, a padaria está a acabar de abrir e vou buscar pãozinho para quando acordar por volta das 14:00 poder tomar um pequeno-almoço fresquinho.
São vidas...

1 comentário:

  1. Gostei da rotina , ja a tive bastante parecida agora a minha começa de madrugada quando partiho as ruas para o trabalho com as mulhres de má vida e os bêbedos do intendente...

    É uma rotina um pouco desprovida de mundo exterior mas excelente para apreciarmos o nosso pequeno mundo.

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