domingo, 22 de março de 2009

Porquê a nós?

Perguntamo-nos inúmeras vezes "Porquê a nós?" e é chato mas simples...porque nós somos os outros daqueles a quem chamamos "outros".
A vida é mesmo assim e quando menos esperamos acontece tudo ao mesmo tempo e somos apanhados pelo pior. Estas coisas servem para darmos valor a certas coisas que pela pressa do dia-a-dia tendemos a esquecer e a não darmos a devida importância.
Mais uma sexta-feira (dia 20...portanto esqueçam isso da sexta-feira 13 que não tem nada a ver!) em que estava de partida...arrumei tudo e faltavam por volta de 10 minutos para o comboio sair da estação. Já tinha o bilhete e estava com umas amigas à espera quando recebo uma mensagem de uma familiar dizendo que estava nos H.U.C. com outro familiar (situação relativamente grave que não irei referir devido a factores de privacidade das pessoas em questão). Como se costuma dizer "Caíu-me tudo ali", fiquei sem reacção. Pouco depois agarrei na mala - absolutamente desorientada - e apanhei o autocarro para os H.U.C.
Quando lá chego vejo logo a minha familiar e guardo as lágrimas dentro dos olhos, porque alguém frágil não apoia outro frágil...só piora a situação. Por dentro continuava chocada mas afirmava com toda a certeza: "podia ter sido pior" e podia. Foi péssimo mas há sempre pior.
Entretanto esta familiar notifica-me que mais uma pessoa chegada, exactamente na mesma altura, se encontrava no hospital de Pombal. Bem... o que se pensa nesta altura? "Que m**** de dia!" A situação não era tão grave, mas no entanto a preocupação persistia e dentro de mim ouvia vozes da consciência que frisavam muito bem: "Não controlamos nada, embora achemos que sim".
Já há algum tempo que não sentia estas pessoas tão unidas (incluindo eu) e sinto que aprendi mais sobre a vida naquele dia do que em todos os Domingos de catequese que tive. Porém não ponho em causa a catequização (cada um acredita no que acredita, desde que não se chegue ao ponto da "lavagem cerebral" que é chata).
Neste momento anseio bastante pelas aulas. Pelo menos espero não pensar tanto na fragilidade física e psicológica a que estamos todos sujeitos.
Carpe diem que o amanhã é sempre incerto...

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