quinta-feira, 12 de março de 2009

A mente humana é incrível e o que me dá gozo na poesia é conseguir escrever coisas que não sinto na totalidade (Genes de Fernando Pessoa?)

Dias de cansaço
Que levo por arrasto
No meio da multidão
Sem qualquer tipo de emoção
Perco a identidade a cada passo que dou
Morro de saudade por tudo o que acabou
Mas não baixo a cabeça
Seria sinal de fraqueza

Mais um dia que acaba
Só eu e a minha casa
Não há restos de ti
Não há restos de nós
E eu que tanto pedi
Para não termos destinos sós

Cansaço de espelhos partidos
Cansaço de folhas rasgadas
Quando dois corações se partem
Não fica quase nada
Nada mais que cansaço
Cansaço, cansaço
Cansaço de cigarros em solidão
Cansaço das noites a pensar, em vão

Daniela Coutinho ("Cansaço", o último poema de 2008)

1 comentário:

  1. Adorei este poema, nota-se que é carregado de sentimento... o vazio que fica no coração quando a pessoa que amamos não está ao nosso lado. Tudo parece triste e sem graça. Mas felizmente o tempo cura tudo.
    Carolina

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