A vida é uma mescla de ideias que se têm em determinados momentos, que hoje fazem sentido e amanhã já não. É uma mescla de decisões que se tomam em determinados momentos, porque há necessidade de modificar as estratégias e no final de experimentar tantas estratégias vê-se que ter ído pelo outro caminho tinha sido exactamente a mesma coisa. É uma correria em busca de melhoria, mas nada se melhora.
Aquilo em que acreditámos não foi melhor do que se tivéssemos acreditado noutra coisa qualquer. Vemos o que queremos ver, e as pessoas fazem-nos ver aquilo que querem que vejamos. A autenticidade, honestidade e dignidade não existem. [Neste momento, para mim, não existem. Amanhã já sou capaz de acreditar que existe, porque eu hoje escrevo aquilo que amanhã já não fará sentido para mim, pois quem escreve não escreve por escrever...e não escreve isto assim só porque sim, escreve porque no momento vem à cabeça um conjunto de vivências que fazem escrever isto desta maneira e não de outra]. É por isso que é uma mescla. É uma mescla a vida e tudo. E a vida é efémera, como são efémeras as coisas das vidas de cada um. Nada é um todo e ainda bem. Porque por muito que um vidro se estilhace, a casa não cai. E não somos de vidro porque desde pequenos que aprendemos a não sermos de vidro, porque há sempre pedras a quererem partir-nos. Que se lixe se se parte um vidro. A vida é uma mescla e cada pedra é só uma pedra. Há pedras inteligentes que constróem coisas, elevam projectos. Mas é preciso as pedras não chocarem uma contra a outra, porque aí os projectos não resistem e tornam-se noutras coisas efémeras.
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