quarta-feira, 17 de março de 2010

Há pessoas que me dizem que tenho uma vida inteira pela frente, que sou jovem, que ainda tenho muito a viver. É verdade, sou jovem e se tudo correr sem imprevistos como acidentes, etc, tenho uma vida longa pela frente.
Mas eu não sabia (ou tentava recalcar isso?) o quanto me perturba já não conseguir fazer certas coisas. Consigo fazer coisas que os idosos não conseguem, mas não se trata disso.
Tive que mudar de rumo e encontrar outra "missão" na Terra. Há muitos jogadores que devido a lesões graves têm de deixar de jogar. Sei que não fui a única a quem as portas se fecharam.
Eu tive que deixar o desporto (de competição *) devido a complicações cardíacas, a verdade é que a competição é que me dava "pica" e quando tive que deixar revoltei-me e desleixei-me. Havendo uma quebra destas é complicadíssimo recuperar a resistência. Continuei sempre de braço dado com o desporto, quanto mais não fosse a ver jogos de ténis na televisão e a chorar baba e ranho como se estivesse a ver um filme dramático. Mas há dias em que pergunto se não seria preferível não ter sabido nada e ter continuado... há dias em que pergunto: será que se não soubesse conseguia fazer 200 abdominais em vez de 100? Isto não será como o efeito placebo? Só porque me disseram que não aguentava, não aguento mesmo?
Cada vez que faço exercício me lembro disto, e cada vez que faço exercício me sinto mais incapaz.

Ainda tenho a esperança maluca de um dia poder voltar em força ao desporto. Afinal de contas a medicina vai ganhando terreno tanto na área da cardiologia como noutras.

* o desporto até é aconselhável a quem tem problemas cardíacos, mas não de competição.

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