Há uma ausência tal de valores, de seriedade, de espírito e pensamento que honestamente - pelo menos agora que me cansei de tanta ausência - prefiro um livro bom no silêncio do meu quarto do que qualquer "converseta" despida e ruidosa que se possa ter por aí.
Aprende-se, mais do que nunca, em livros do que em comunicações*. E um bom livro também dá chapadas quando o barrete serve. São lições de vida. Teorias que bem podem dar jeito na prática. Hoje, entendo que tive muitos bons momentos em "conversetas" que na altura alguma coisa de útil tiveram. Entendo também que há um tempo para tudo e no meio de tanta instabilidade e ausência de valores o ser humano acaba por não ser algo mas sim ter fases em que tem uma maneira de estar na vida, e daí a pouco outra. E eu tenho o direito à minha fase de relativo isolamento.
Eu estou muito bem sentadinha a pensar no que leio - porque quem lê sem pensar no que lê não lê realmente - e até a falar comigo sobre o que leio. Mais do que nunca: exteriorizar. Exteriorizar comigo, exteriorizar o que bem entendo neste blogue, mas apenas isso.
Daqui a dois ou três dias já ando por ai na palhaçada. Já sei... A (in)constante permanente na vida que é a instabilidade.
Mas agora que me cansei da hipocrisia, da falta de respeito, das muitas cabeças vazias, da estupidez, do egoísmo, do exibicionismo, e destas coisas todas que para aí andam a fazer nem sei o quê, percebi que um livro vale mais que mil pessoas. E eu que achava os livros caros (e no fundo...ainda acho) mas sendo que vale mesmo mais que mil pessoas considero até que estão bastante baratos.
Ainda há gente boa e com um palmo e meio de testa. Ainda há gente que acredita em valores QUALITATIVOS em vez de valores QUANTITATIVOS.
Cansei-me do desgaste arrastado, cansei-me de andar contra a minha vontade, de acreditar em coisas inacreditáveis, em ambições onde me arrisco a ter a cabeça a prémio, onde se esfolam uns aos outros. Ai...que se esfolem! Que corram atrás do que querem mas eu cá...vou ao meu ritmo e não tenho de me sentir mal por isso! Cansei-me de correr, desse excesso doentio, desses valores, dessas conversas de números e de pouco conhecimento! O que sabe esta gente da vida? Pensam que ao olharem para o colo têm lá as respostas para os problemas da vida? Ó gente triste... como ía caíndo no erro de vos invejar. Não, não... eu cá tenho as minhas convicções e essa gente não me corrompe mais!
E as "conversetas" de "quem é o melhor aqui" nunca me convenceram e sempre virei costas a elas. Amizades onde entra a competição doentia também não são a minha onda.
Isto é como aquelas corridas nocturnas ilegais (sem circuito fechado apropriado, claro). Quem dá mais no acelerador ganha? E quando se perdem vidas? Na vida é igual...correm, correm, correm. Síndrome da pressa, depressões, esgotamentos e POUCO TEMPO PARA PENSAR? Minha gente... devíamos ter horas de meditação!
E eu que não as tinha (ou achava eu por correr por ver os outros correrem?) arranjei-as e digo que não quero saber, e não quero! A vida precisa disto!
E que me chamem louca... e que me internem se quiserem... desde que possa levar livros o meu espírito fica sossegado enquanto a minha cabeça é utilizada a pensar em questões verdadeiramente importantes.
Quem manda aqui é a minha essência e se ficar na penumbra sei na mesma, sem ver, quem sou e que não estou iluminada a custo de tanta "tonteira"!
Concluindo, apercebo-me de uma falta de valores essenciais que não são tidos em conta nos dias que correm porque não são significativos para a sobrevivência. Hoje sobrevive-se...não se vive, e assim perdem-se valores porque na sobrevivência vale tudo. Eu não quero mais sobreviver...quero viver das coisas simples mas não menos importantes da vida, mesmo que elas não me metam comida na mesa. Porque eu também sei o que é preciso ser feito para ter comida na mesa sem arrancar a pele ao amigo do lado.
*muitos meios de comunicação, mas vazia.
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