Um dia destes a minha mãe estava a ler-me uma frase (das muitas que tem nuns cadernos) e surgiu uma da qual gostei especialmente: "Meia-idade é quando paramos de criticar a geração mais velha e começamos a criticar a mais nova".
Pensei nessa frase e nas atitudes e conversas que vou tendo ao longo dos tempos. Continuo a fazer muitas coisas disparatadas (e se assim não fosse a minha vida presente seria um verdadeiro tédio), mas já há muitas coisas que critico relativamente aos mais jovens. É por a geração estar realmente degradada ou serei eu que vejo as coisas dessa forma? Terei eu envelhecido demasiado cedo? Ou vai mesmo da minha pessoa?
Realmente sempre gostei de conhecer pessoas mais velhas e falar de mais coisas para além do cabelo, da mala, da cor da t-shirt da outra, das unhas. Simplesmente porque acho que cada um deve tratar de si, claro, mas porque essas conversas que não têm conteúdo quando em demasia me aborrecem - e sempre me aborreceram.
Não sou a pessoa mais culta (nem lá perto...e aliás...falta-me saber muita coisa que quero saber antes de poder ir cumprimentar o além), nem sou grande coisa no que toca à inteligência, nem estou sempre a falar de coisas sérias, mas aquelas conversas aborrecem-me mesmo e o que costumo fazer é pirar-me assim que posso!
No fundo noto hoje que já não gosto (da maneira que gostava) da "copofonia", das noitadas e chego mesmo a criticar muito a geração - a minha? - que ai anda. No meio de tanta crise já se sabe... é o salve-se quem puder! E a aparência, que para o povinho português sempre teve uma importância dos diabos, dita os passos dos jovens. Depois há sempre quem não entenda o porquê de não ir todos os dias à Queima e já está quase a chegar mais uma. Ó não! Mais comentários da m**** que só provam que esta gente se resume ao que é típico e à diversão que não é diversão mas que é regra geral e que graças a isso...uau, já é muito divertido! Não compras o bilhete geral e sais da regra e passas a ser excepção. Pronto...outra vez a Daniela a explicar que não vai porque não quer e porque faz o que bem entende e que se diverte à sua maneira e tem de salientar bem o seguinte: "mas qual é a parte de:eu fico em casa que fico muito bem, que tu não entendes?" Eu agradeço a "preocupação" e os convites...uma vez, mas quando insistem e quase me fazem sentir desenquadrada deste mundo só porque, raios, não quero ir para o parque ver concertos fico mesmo farta. Parece que não vale a pena explicar porque toda a gente anda demasiado absorvida por isso. É quase um vírus.
Isto não é o pior. O pior são as conversas que tenho com raparigas, essencialmente, que às vezes até são da minha idade e que não têm ponta por onde pegar. Resume-se a isto: "o meu jardim é o melhor de todos". Não gosto de gabarolas, que hei-de fazer? Se gostasse em vez de conversar via o programa "cribs" (e às vezes até vejo por puro entretenimento) e via os famosos a mostrarem as casas, os carros, etc. Mas o que me importa se é BMW, se é Opel ou se é o que é? Até porque quando me falam em carros o que me importa é que andem. O que respondo às vezes para não me passar mesmo é: "epá...eu tenho 2 Porsche em miniatura".
E depois esta gente materialista pensa que pode ter tudo só porque sim. Esta gente anda, desculpem a expressão...com a pita aos saltos e querem tudo da maneira mais fácil. Mas eu estou noutra e quero é gente interessante (que quase não existe) que tenha conversas em que se aperte a esponja e saia espuma.
[Over 24 years old, please...ainda que a idade em si por vezes não tenha nada a ver].
P.S. Não falei das raparigas demasiado oferecidas porque simplesmente já nem tenho pachorra para pensar nesse tipo de pessoas. Só comento o seguinte: com a oferta da imagem demasiado nítida já nem há espaço para a imaginação.
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