sábado, 15 de janeiro de 2011

Nova perspectiva

Lembro-me de dizeres que querias exclusividade

A brincar, a brincar, chegou a ser verdade

"Eu não me sinto livre" disseste tu um dia

Apesar de não te querer prender, a minha alma sorria

Os problemas que tínhamos não chegavam a ser problemas

Duas gajas inteligentes não se metem a fazer esquemas

Não faltou verdade, respeito e afecto

Até que houve um abalo dos alicerces ao tecto

O que mais detestei foi a tua desistência

Eu valia a pena e não tiveste paciência

Para duas pessoas funcionarem há que haver adaptação

Mas tu repugnavas essa ideia e ganhavas a razão

Dizes que te fiz feliz

Mas não chegaste a ver metade

Tudo o que quis

Foi tratar-te com dignidade

Devia ter entendido o que realmente querias

Mas como podia eu saber se quando me vias sorrias?

Hoje, respiro com alívio por finalmente ter passado

Foi com relutância que assumi um final inesperado

Mas a realidade é mesmo assim

Há que saber viver sem pedaços de mim

Ainda assim

Sinto-me um livro arrumado na estante

Deixaste a história e meio

Não quiseste ler a restante


(NOTA: A frase "Eu não me sinto livre" no contexto em que foi dita significa que a pessoa em questão não se sentia com o "coração" livre para outras pessoas, e não como se possa pensar que estaria efectivamente presa por obrigação).

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