sábado, 20 de novembro de 2010

Digerir pensamentos: uma certa tortura em forma de masoquismo

Já me deixaste há algum tempo. Há tempo suficiente para te arrumar para o lado. Neste momento sei que já passou mais de metade da dor, mais de metade da paixão (sou muito boa a "eliminar" aquilo que não pode ser). Chega a um ponto em que arrastar-me dói e aí eu tomo as devidas precauções (precaução depois de acontecer...mas whatever). O meu coração está a ficar limpo de ti e eu estou a voltar à minha vida sem ti. Pensei que fosse pior, confesso...no início, durante o estado de choque parece sempre tudo pior do que o que é na verdade. No início sinto-me no mar, no meio de ondas de 10 metros sem prancha. Agora já estou muito perto da areia, já me sinto estável. No entanto este cérebro (que só pode, de todo, ser masoquista) continua a querer pensar em ti. E eu estou farta de te ter na cabeça! Mas ele não pára. Lembro-me de tudo o que disseste e em que local, em que dia. E quando olho para o raio da minha cama só me lembro da última conversa ao fundo da cama. Numa manhã qualquer, naquelas manhãs em que "a noite é para recordar e a manhã para esquecer". Não é que seja mau ter-te na cabeça... (sabes que terás sempre um espaço na minha vida, porque eu quanto mais penso que devia ser uma "cabr*" menos sou...se é que alguma vez o fui) mas já enjoa um bocado. Já cansa. Está na altura de ser livre de pensamento. E agora, sim, a culpa é inteiramente minha porque já só depende de mim. E eu, tal como tu, também acho que não daria mais. Também acho que foi o melhor, e também acho que o que ambas sentíamos não era suficiente até porque só uma a puxar o barco consegue, sim, ser muito masoquista. E eu não o sou. Basicamente eu reacendia a chama, acreditando que tudo melhorava e tu deitavas água: são duas coisas distintas, que juntas não funcionam, tal como nós. Para uma sobreviver outra tem de se extinguir. O fogo só sobrevive sem água.

E ocorreu-me uma coisa. Eu devo ser como as vacas. Mastigo a erva, vai para o estômago e volta à boca...e mastigo, mastigo, mastigo... e depois é finalmente realmente digerida. Que raio de defeito este da teimosia...que até para mim é mau! Não há quem entenda.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Muro (mas não de Berlim)

Deita abaixo esse muro separatista
Essa parede que evita
Qualquer tipo de partilha
De sonhos, de emoções

Defesas, defesas
Sem sequer estarmos em guerra
Preferes assim deitar por terra
Aquilo que construíste
Se é que construíste alguma coisa
Para além desse muro intransponível
Intransponível
Mas eu estive lá... sentada
Eu estive lá...
A conhecer-te
Eu estive lá e passei algumas vezes para o outro lado
Porque em algum momento achaste que podias deixar de ser tão dura
Em algum momento achaste que valia a pena deixares-me passar o muro...
O muro... onde estive sentada
De onde depois fui empurrada
Para voltar ao mesmo...

Deita fora o colete à prova de balas
Não percebes que não venho armada?
Eu não trago balas nem as mãos fechadas
Venho de coração aberto
Ao teu terreno
Que não considero inimigo
Mas que me feriu
Ainda assim...
Sem armadura
Porque não considero a paixão uma guerra

Só o muro... a quer deitar por terra

Nota da autora:Interpretem o que quiserem,são livres disso. Mas o muro aqui surgiu como medo (o medo que as pessoas insistem em ter, do apego).

domingo, 14 de novembro de 2010

Pai Natal (é tudo como ele!)

Acreditei no Pai Natal: disseram-me que não existia.
Acreditei em Deus: supus que não existia.
Acreditei no amor: mostraram-me que não existia.
Acreditei no trabalho: ups, estou em Portugal!

:P

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Só coisas boas

Partilhar. Entregar. Enaltecer. Cuidar. Cumprir. Dormir. Ir. Ficar. Mudar. Dizer. Gostar. Caminhar. Receber. Estar. Disponibilizar. Continuar. Acordar. Melhorar. Sorrir. Fazer. Investir. Abraçar.

Partilhar, entregar um pouco de nós
Enaltecer o outro e dele cuidar
Cumprir horários mas também ter tempo para dormir
Ir mas também ficar um momento
Para mudar o dia de alguém
Ao dizer "É bom gostar de ti"
Caminhar ao lado de um amigo
Receber um pouco do que se dá
Estar, estar um pouco mais sem muita pressa
Disponibilizar o que temos de bom
Depois de cair, continuar a andar
Acordar para mais um dia
Numa rotina que se pode melhorar
Ao sorrir

Fazer com gosto
Insistir no que vale a pena
Não faz mal se se "gasta" meia hora num dia
Se for para tudo isto
E não deixar nunca de abraçar