sábado, 12 de junho de 2010

O jogo do controlo

Mais uma vez a "eterna" questão da razão e emoção. É possível ser demasiado racional e colocar de lado as emoções. É. Com muito treino as pessoas chegam lá. Mas será isso autêntico? Não é autêntico e nos dias que correm a autenticidade vai-se desvanecendo cada vez mais. As atitudes, os valores, regem-se pelas consequências que daí possam surgir e então o truque é ser demasiado racional. Controlar. Controlar, jogar, com tudo o que há à volta. Lá no fundo, no fundo que todos temos e que muitos não demonstram, as coisas são muito diferentes.Há a vontade de fazer uma ou outra loucura, há a vontade de apanhar um comboio e ir ter com alguém, há a vontade de gritar um "amo-te" autêntico e muito sonoro, tão sonoro que se acredita que meio mundo iria ouvir. A respiração acelera, as pernas concentram a sua força nesse impulso e quase voam em direcção à estação, os maxilares movem-se e a boca abre. Dá-se a chegada à estação. Dá-se a abertura da boca. Volta-se para trás sem se comprar o bilhete; a boca que abriu não emitiu som algum.

Houve um dia em que jurei a mim mesma que dessa vez não iria ser daquela forma. Jurei que não iria entregar-me de novo aos dentes do tubarão. O amor surgia com cara de lobo mau na minha cabeça e eu nunca cheguei a agir.
Passado mais de 3 meses, quando já tinha tudo controlado foi-me dito: "Eu gostei de ti naquela altura."; e eu respondi: "Nessa altura também gostava de ti."

1 comentário:

  1. Love is Old.
    Love... its new.

    Gotta deal with it.

    http://www.flickr.com/photos/melinwonderland/4541263542/in/set-72157623904201746/

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