domingo, 27 de junho de 2010

A mistake of God? Maybe

What's wrong with me?

The head

É desconfortante sentir-me perdida na minha própria casa. Não saber porque me levantei (já não aguentava estar sentada), não saber o que fazer, não suportar mais certas ideias e pensar que talvez ao mudar de divisão da casa consigo fugir delas. Mas não. Nem que saísse pela porta a correr. Porque está tudo na cabeça.

Burrice e bondade

Não há grande diferença entre burrice e bondade. Em ambas as características a pessoa leva patadas.

Zen

E há mais vida para além disto. E quando se pensa que se morre por dentro sabe-se que não passa de um momento. E o tal equilíbrio é saber-se que existirão dias melhores e dias piores.

sábado, 26 de junho de 2010

Tu 24 horas por dia

Só te tens a ti, não tens mais ninguém. Põe isso na tua cabeça. Vais tendo pessoas porque o ser humano precisa de socializar mas no fundo não tens as pessoas. Só te tens a ti 24 horas por dia. A pessoa com quem passas mais tempo é contigo. Por isso ama-te a ti. Para quê amar outros? És tu que te aturas a maior parte do tempo.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Baixar os braços

Um dia abracei todo o meu potencial, mas à medida que o tempo passa ele parece derreter e eu fico sem forças nos braços para o continuar a abraçar, e o potencial flui...vai fluindo até ao chão.

[É o potencial da alma livre].

Sem sossego [da alma]

Espero que a alma morra com o corpo, caso contrário jamais terei sossego.

Quebra

Estou tão vazia como um copo cheio de água acabado de se quebrar no chão.

Bloquear

Sinto-me a fervilhar, mas quase inconsciente. Podia até jurar que as artérias estão entupidas e o oxigénio não tem por onde passar. É um bloqueio do corpo, um bloqueio da alma.

O quarto vazio, mas cheio

Foi no escuro imponente do meu quarto
Sozinha
Que percebi que sozinha estava acompanhada
E não era pela minha sombra
Porque a luz estava apagada
Estava acompanhada de mim
Senti a minha presença
Uma presença sozinha
Mas lá estava eu
E ali fiquei diante da imensa escuridão
De pé, paralizada, por mais de meia hora
Num tempo que passou
A descobrir como era estar tão sozinha acompanhada, mas sozinha
E eu respirava no meio do nada
E no meio do nada ali fiquei
Sozinha acompanhada

Indivíduo

Eu não sou da cor que visto
Não sou dos passos que dou
Nem dos olás e adeus que revisito
Eu não sou fogo nem água
E carrego alguma mágoa
Ainda assim
Eu não sou do que é feito a dor
Sou só os pensamentos
Pertenço à ideia das coisas
E essa ideia das coisas quando se junta às ideias dos outros
Não deixa de ser eu
Sou porque existo em mente
E com os outros sou variável
Para uns feroz, para outros vulnerável
São ideias que tenho e que podem ter de mim
Mas não deixo de ser eu
E sou eu transformada em várias partículas
Sou porque existo em mente
Com a mente, a minha, com a mente dos outros
Todos juntos a pensarmos coisas diferentes
Coisas que passam pelas mentes
E eu e os outros
Os outros e eu
Existimos
Eu existo
Eles também existem
Os meus pensamentos
E os pensamentos deles
São a matéria das coisas que nós somos

A matemática da vida

Se a vida fosse matemática eu sentir-me-ia uma equação sem solução.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Coração-balão

Era uma vez uma pessoa que tinha um coração-balão. Veio uma agulha e esvaziou-o. Essa agulha levou com ela sonhos, esperanças, motivações. Só ficou o balão roto no chão, e aquele ar que o enchia desapareceu. Era o ar que transportava todo o conteúdo...mas era só ar. Foi-se.

Desarrumação mental (a cabeça por vezes parece uma lixeira)

Pode ser uma folha, pode ser até um lenço de papel, pode ser um ecrã de computador. É só qualquer uma dessas coisas que preciso para me encontrar de vez em quando. Quando me perco em tudo o que me rodeia e quando me perco de mim mesma é aí que encontro algo firme, que me sustente, que me acalme a respiração ofegante, que me liberte o coração que parece estar a ser esmagado. Quando nada faz sentido o único sentido que encontro é viajar pelos pensamentos. Neles aprofundo a realidade mas posso também ir bem longe, fugir de cena. Posso fingir que eu não sou eu...que sou outra qualquer com outro pensamento qualquer e com outras preocupações. Isso é bastante útil. Quantas vezes quando temos um problema não dizemos "ao menos que não fosse isto...que fosse outra coisa qualquer" e quando sofremos dessa "coisa qualquer" que evocámos anteriormente, já queremos que a preocupação seja outra. É sempre assim...o só se estar bem onde não se está, o só se querer o que se não tem. Porque o ser humano é isso mesmo...é viver do descontentamento, imaginando que de outra forma poderia existir algum contentamento. Eu só quero evadir-me, ser sugada pelos pensamentos. Imagino-me a flutuar, imagino-me a rodar, a rodar cada vez mais rápido em espiral...e de repente desapareço, estou num lugar onde ninguém me vê. Nem eu me vejo...o que vejo é outra pessoa em mim a desejar outras coisas. E a minha realidade, pacata, é apagada por breves momentos. Depois sou atirada de onde fui e tudo volta: a confusão.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Sempre fora de tempo

Quando deres pela minha presença será que não sentirei indiferença? [Eu não dava para ser música, já que isto do destino não muda mesmo :P ]

sábado, 12 de junho de 2010

O jogo do controlo

Mais uma vez a "eterna" questão da razão e emoção. É possível ser demasiado racional e colocar de lado as emoções. É. Com muito treino as pessoas chegam lá. Mas será isso autêntico? Não é autêntico e nos dias que correm a autenticidade vai-se desvanecendo cada vez mais. As atitudes, os valores, regem-se pelas consequências que daí possam surgir e então o truque é ser demasiado racional. Controlar. Controlar, jogar, com tudo o que há à volta. Lá no fundo, no fundo que todos temos e que muitos não demonstram, as coisas são muito diferentes.Há a vontade de fazer uma ou outra loucura, há a vontade de apanhar um comboio e ir ter com alguém, há a vontade de gritar um "amo-te" autêntico e muito sonoro, tão sonoro que se acredita que meio mundo iria ouvir. A respiração acelera, as pernas concentram a sua força nesse impulso e quase voam em direcção à estação, os maxilares movem-se e a boca abre. Dá-se a chegada à estação. Dá-se a abertura da boca. Volta-se para trás sem se comprar o bilhete; a boca que abriu não emitiu som algum.

Houve um dia em que jurei a mim mesma que dessa vez não iria ser daquela forma. Jurei que não iria entregar-me de novo aos dentes do tubarão. O amor surgia com cara de lobo mau na minha cabeça e eu nunca cheguei a agir.
Passado mais de 3 meses, quando já tinha tudo controlado foi-me dito: "Eu gostei de ti naquela altura."; e eu respondi: "Nessa altura também gostava de ti."

domingo, 6 de junho de 2010

Antónimo de morrer

O antónimo de morrer é viver ou nascer? Bem, depende das convicções de cada um e depois de alguns minutos a pensar nisso surgiu-me uma explicação...que para mim faz sentido (surgiu na minha cabeça...claro que para mim faria sentido). Nascer...aparecimento na vida; morrer...desaparecimento da vida. Porém há quem não morra realmente mas morra para a vida (quando há uma certa apatia e falta de vontade de viver)...aí o antónimo é mesmo viver.

Droga está para desporto...como cábula está para exames

Porque é que há controlo nas capacidades físicas e não há controlo nas capacidades intelectuais? Afinal de contas...em ambos os casos é uma questão de prestação de provas (físicas ou do conhecimento).

P.S.- posso não chegar a lado nenhum mas onde chegar (mesmo que seja muito lentamente) chego pela minha cabeça/corpo.

Eduquem os vossos filhos para serem autênticos e íntegros.

O mar trouxe à costa aquilo que eu achava que tinha perdido

Se te fizerem desistir de uma coisa e te disserem que é para teu bem...desiste. Não te ponhas em risco só porque pensas que consegues, mas não deixes de ter a tua essência e a tua força natural, porque a tua essência e a tua força natural podem transformar as coisas mais improváveis e tornar aquilo que era impossível numa variedade de possibilidades. Podes desistir, mas desistir não significa não sonhar e deixar essa paixão de vida de lado. Podes viver essa paixão de vida sem a necessidade de materializares isso. E de certeza que já ouviste que "o sonho comanda a vida". Sim, eu sei, "isso são balelas". Não...não são. E também sei que é difícil deixarmos de fazer aquilo que mais gostamos. Proferimos até que preferíamos morrer do que viver sem isso. Eu sei. Acredita que sei isso tão bem quanto tu. Não é algo que moa e não mate. Mata mesmo por dentro. Mas se morrermos por dentro e não sonharmos não chegaremos mesmo a lado nenhum. O sonho e a força que ele nos dá é uma mola para conseguirmos. A força de vontade é algo abstracto mas por vezes a força de vontade explica coisas que a própria medicina não consegue explicar.
Não sonhes demasiado alto...mas vai sonhando. Vai vivendo as coisas como podes e usa a energia naquilo que consegues fazer. Vai deixando o tempo fazer-te melhorar e concentra-te noutras coisas que também gostas (certamente haverá muitas). Não dês cabo de ti porque depois podes não voltar a recuperar. Mas vai sonhando enquanto vais recuperando e quem sabe...um dia poderás estar de volta e em grande.

[Dedicado a todos/as aqueles que sonharam e sonham ser desportistas e foram/estão impedidos por questões cardíacas].



Pode demorar anos, mas não vejam os "não" ou até mesmo os "nunca" como garantidos. Porém relembro...não exijam demasiado de vocês. Tem de ser com calma. Boa sorte!