quarta-feira, 31 de março de 2010

Finalmente um rumo, alguma estabilidade, um lugar para onde ir, um grande homicídio à saudade. [andei de olhos vendados tanto tempo]

Há coisas que desgastam

Há uma ausência tal de valores, de seriedade, de espírito e pensamento que honestamente - pelo menos agora que me cansei de tanta ausência - prefiro um livro bom no silêncio do meu quarto do que qualquer "converseta" despida e ruidosa que se possa ter por aí.
Aprende-se, mais do que nunca, em livros do que em comunicações*. E um bom livro também dá chapadas quando o barrete serve. São lições de vida. Teorias que bem podem dar jeito na prática. Hoje, entendo que tive muitos bons momentos em "conversetas" que na altura alguma coisa de útil tiveram. Entendo também que há um tempo para tudo e no meio de tanta instabilidade e ausência de valores o ser humano acaba por não ser algo mas sim ter fases em que tem uma maneira de estar na vida, e daí a pouco outra. E eu tenho o direito à minha fase de relativo isolamento.
Eu estou muito bem sentadinha a pensar no que leio - porque quem lê sem pensar no que lê não lê realmente - e até a falar comigo sobre o que leio. Mais do que nunca: exteriorizar. Exteriorizar comigo, exteriorizar o que bem entendo neste blogue, mas apenas isso.
Daqui a dois ou três dias já ando por ai na palhaçada. Já sei... A (in)constante permanente na vida que é a instabilidade.
Mas agora que me cansei da hipocrisia, da falta de respeito, das muitas cabeças vazias, da estupidez, do egoísmo, do exibicionismo, e destas coisas todas que para aí andam a fazer nem sei o quê, percebi que um livro vale mais que mil pessoas. E eu que achava os livros caros (e no fundo...ainda acho) mas sendo que vale mesmo mais que mil pessoas considero até que estão bastante baratos.
Ainda há gente boa e com um palmo e meio de testa. Ainda há gente que acredita em valores QUALITATIVOS em vez de valores QUANTITATIVOS.
Cansei-me do desgaste arrastado, cansei-me de andar contra a minha vontade, de acreditar em coisas inacreditáveis, em ambições onde me arrisco a ter a cabeça a prémio, onde se esfolam uns aos outros. Ai...que se esfolem! Que corram atrás do que querem mas eu cá...vou ao meu ritmo e não tenho de me sentir mal por isso! Cansei-me de correr, desse excesso doentio, desses valores, dessas conversas de números e de pouco conhecimento! O que sabe esta gente da vida? Pensam que ao olharem para o colo têm lá as respostas para os problemas da vida? Ó gente triste... como ía caíndo no erro de vos invejar. Não, não... eu cá tenho as minhas convicções e essa gente não me corrompe mais!
E as "conversetas" de "quem é o melhor aqui" nunca me convenceram e sempre virei costas a elas. Amizades onde entra a competição doentia também não são a minha onda.
Isto é como aquelas corridas nocturnas ilegais (sem circuito fechado apropriado, claro). Quem dá mais no acelerador ganha? E quando se perdem vidas? Na vida é igual...correm, correm, correm. Síndrome da pressa, depressões, esgotamentos e POUCO TEMPO PARA PENSAR? Minha gente... devíamos ter horas de meditação!
E eu que não as tinha (ou achava eu por correr por ver os outros correrem?) arranjei-as e digo que não quero saber, e não quero! A vida precisa disto!
E que me chamem louca... e que me internem se quiserem... desde que possa levar livros o meu espírito fica sossegado enquanto a minha cabeça é utilizada a pensar em questões verdadeiramente importantes.
Quem manda aqui é a minha essência e se ficar na penumbra sei na mesma, sem ver, quem sou e que não estou iluminada a custo de tanta "tonteira"!

Concluindo, apercebo-me de uma falta de valores essenciais que não são tidos em conta nos dias que correm porque não são significativos para a sobrevivência. Hoje sobrevive-se...não se vive, e assim perdem-se valores porque na sobrevivência vale tudo. Eu não quero mais sobreviver...quero viver das coisas simples mas não menos importantes da vida, mesmo que elas não me metam comida na mesa. Porque eu também sei o que é preciso ser feito para ter comida na mesa sem arrancar a pele ao amigo do lado.


*muitos meios de comunicação, mas vazia.

terça-feira, 23 de março de 2010

Episódio matinal

Antes de mais vou colocar uns tópicos, porque quem não os souber e não me conhecer não percebe.

- sou homossexual;
- vivo com duas raparigas (elas são hetero e sabem, pois por uma questão de ética quero que saibam logo o que têm em casa);
- elas não se importam;
- uso lentes de contacto (as lentes e o líquido ficam na casa-de-banho quando não as estou a usar e não as uso quando estou a dormir porque ainda vejo bem as pessoas nos sonhos...graças a Deus ou a quem quer que vocês queiram).

Como sempre, as primeiras coisas que faço depois de sair da cama são lavar a cara e colocar as lentes. Estava ainda ensonada a dirigir-me à casa-de-banho (sem ver muito bem tanto por causa do sono como por causa da miopia) e a Joana quando me viu gritou: "A Catarina está a tomar banho!" e eu respondi: "Ah...mas eu preciso das minhas lentes!" e ela ficou a olhar para mim. Mas,claro...não ia ser eu a ir buscar as lentes à casa-de-banho com a moça a tomar banho lá! Como a Joana não reagia disse-lhe: "Ó Joana...vai lá tu, vá lá, anda lá!" e lá foi a Joana buscar as lentes de contacto.

Como já é habitual andámos todas numa correria cá em casa! Com ou sem lentes, a ver ou sem ver tão bem, atraso-me sempre!

domingo, 21 de março de 2010

Mescla, pouco sentido, coisas efémeras, vidros, pedras, pessoas

A vida é uma mescla de ideias que se têm em determinados momentos, que hoje fazem sentido e amanhã já não. É uma mescla de decisões que se tomam em determinados momentos, porque há necessidade de modificar as estratégias e no final de experimentar tantas estratégias vê-se que ter ído pelo outro caminho tinha sido exactamente a mesma coisa. É uma correria em busca de melhoria, mas nada se melhora.
Aquilo em que acreditámos não foi melhor do que se tivéssemos acreditado noutra coisa qualquer. Vemos o que queremos ver, e as pessoas fazem-nos ver aquilo que querem que vejamos. A autenticidade, honestidade e dignidade não existem. [Neste momento, para mim, não existem. Amanhã já sou capaz de acreditar que existe, porque eu hoje escrevo aquilo que amanhã já não fará sentido para mim, pois quem escreve não escreve por escrever...e não escreve isto assim só porque sim, escreve porque no momento vem à cabeça um conjunto de vivências que fazem escrever isto desta maneira e não de outra]. É por isso que é uma mescla. É uma mescla a vida e tudo. E a vida é efémera, como são efémeras as coisas das vidas de cada um. Nada é um todo e ainda bem. Porque por muito que um vidro se estilhace, a casa não cai. E não somos de vidro porque desde pequenos que aprendemos a não sermos de vidro, porque há sempre pedras a quererem partir-nos. Que se lixe se se parte um vidro. A vida é uma mescla e cada pedra é só uma pedra. Há pedras inteligentes que constróem coisas, elevam projectos. Mas é preciso as pedras não chocarem uma contra a outra, porque aí os projectos não resistem e tornam-se noutras coisas efémeras.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Homossexualidade+hipocrisia

Enquanto houver gays a falarem mal de gays o mundo não avança. Eu entendo quem o faz porque já o fiz, mas foi a estupidez maior que fiz na vida (e era uma garota assustada com isto!).

E que me gozem, e que me chamem fufa se quiserem. É o que sou. Não gosto desse nome, por acaso. Safista é bem mais aprazível. Mas essa gente que se ri nem sabe o que isso é. Só sabem "fufa" porque têm falta de leitura, e essencialmente, de educação.

Os gays crescidinhos que não queiram assumir têm o bom remédio de se calarem.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Pedofilia e "cacaotilia"

Numa tentativa de entender o lugar do outro - assumindo desde já que foi uma tentativa falhada - imaginei como será o "não resistir à tentação" de algo realmente proibido. Pondo as coisas da seguinte forma: o que as crianças são para os pedófilos são os chocolates para mim (sou uma gulosa nata assumida), tentei perceber como seria a minha vida sem poder comer chocolates. Como seria passar pelas máquinas que os vendem sem poder comprá-los e comê-los?
Não tocando na diferença entre o que se pode fazer e o que não se pode fazer, toco noutra diferença. A diferença é esta, e logo percebi porque é que não posso perceber pedófilos: se um chocolate me gritasse "não" quando eu fosse para lhe dar uma trinca tenho a certeza absoluta que não o comia.
Há pessoas que me dizem que tenho uma vida inteira pela frente, que sou jovem, que ainda tenho muito a viver. É verdade, sou jovem e se tudo correr sem imprevistos como acidentes, etc, tenho uma vida longa pela frente.
Mas eu não sabia (ou tentava recalcar isso?) o quanto me perturba já não conseguir fazer certas coisas. Consigo fazer coisas que os idosos não conseguem, mas não se trata disso.
Tive que mudar de rumo e encontrar outra "missão" na Terra. Há muitos jogadores que devido a lesões graves têm de deixar de jogar. Sei que não fui a única a quem as portas se fecharam.
Eu tive que deixar o desporto (de competição *) devido a complicações cardíacas, a verdade é que a competição é que me dava "pica" e quando tive que deixar revoltei-me e desleixei-me. Havendo uma quebra destas é complicadíssimo recuperar a resistência. Continuei sempre de braço dado com o desporto, quanto mais não fosse a ver jogos de ténis na televisão e a chorar baba e ranho como se estivesse a ver um filme dramático. Mas há dias em que pergunto se não seria preferível não ter sabido nada e ter continuado... há dias em que pergunto: será que se não soubesse conseguia fazer 200 abdominais em vez de 100? Isto não será como o efeito placebo? Só porque me disseram que não aguentava, não aguento mesmo?
Cada vez que faço exercício me lembro disto, e cada vez que faço exercício me sinto mais incapaz.

Ainda tenho a esperança maluca de um dia poder voltar em força ao desporto. Afinal de contas a medicina vai ganhando terreno tanto na área da cardiologia como noutras.

* o desporto até é aconselhável a quem tem problemas cardíacos, mas não de competição.

sábado, 13 de março de 2010

Destruição de cultura

Não vou referir-me a esta coisa de "guilhotinar" livros com o meu lado conservador do "ah e tal...o livrinho não pode ser destruído porque tem valor patrimonial". Não... já nem chego a esse ponto. Mas, caramba (para não dizer outras piores) com tanta instituição que não tem maneiras de fazer chegar a cultura aos garotos que nela são depositados, com tantos lares de idosos (a leitura faz com que haja menos fragilidade quanto ao alzheimer) não se poderia dar melhor uso aos livros? Sim...papel reciclado também é preciso, mas acho que há muito mais a fazer antes disso.

Não...não é preciso olhar à volta, é só o umbigo que importa.

DAMN IT!

quarta-feira, 10 de março de 2010

Preconceito ou estupidez?

Há uma coisa chamada preconceito e há outra coisa chamada estupidez. E ainda há quem consiga aliar uma à outra.

Eu, sinceramente, não percebo porque é que esta gentinha sem cabeça nenhuma pensa em tirar um curso superior. É muito giro saber códigos, teorias, leis, métodos, modelos conceptuais de x ou y, calcular, etc. Mas para quê saber isso tudo quando não se sabe ser pessoa? Vale a pena meterem tanta coisa nessas cabeças quando não compreendem as matérias da vida?

Leiam, aprendam, vivam e apareçam.

P.S. se vierem a ter um filho homossexual a que modelo conceptual vão buscar ideias para o educarem num mundo como o nosso? (nesse mundo que as vossas cabeças insistem em não fazer mudar).

terça-feira, 9 de março de 2010

A escada, a vida

E se viver fosse uma arte onde não fossem impostos limites para a imaginação? E se deitássemos os relógios fora e não interessasse a quantas andamos? E se as pessoas ficassem laranjas quando mentem? E se o cérebro não interferisse nos sentimentos? E se ninguém tivesse que comer em excesso para preencher vazios? E se não houvesse uma escada para subir?

A escada é demasiado estreita para tanto, estamos todos em fila a subir. Continuamos a subir, a subir... sem ninguém ao lado. Quem quer recuar - quem quer descer os degraus - já não consegue porque há a continuação da fila atrás. Continua a subir, porque os outros sobem e não dá, não dá para recuar. Cada vez mais alto, cada vez mais receio. Tonturas, confusão. O que há depois disto que seja tão interessante? Porque subimos todos nós os degraus de forma tão apressada? Para onde raio vamos com tanta pressa? Sem se poder olhar para trás porque já subimos demais para isso... sem podermos suportar-nos na pessoa à nossa frente porque já vai mais adiantada.
Sozinhos, cada um por si, subimos a escada. [Eu quero recuar, mas já estou demasiado inserida nisto, já comecei a subir a escada]. E gritar? Será que alguém pode gritar aqui? Alguém vai fazer alguma coisa se alguém gritar?
Parecemos robots comandados por alguém (ou pelo tempo, pelas circunstâncias). Aposto que estamos todos a pensar "No que me vim meter". Agora é tarde.

sábado, 6 de março de 2010

Se eu fosse "comprável" seria fácil de comprar

Ainda bem que não sou uma tipa "comprável" mas se fosse sairia baratinha. Há para ai gente que compra gente com diamantes, leitão, canetas de ouro, bacalhau, etc. A única coisa cara de que gosto (que me lembre) é sushi (mas não me tentem comprar com isso porque eu sou uma gaja persistente e não gosto nada dessas m*****). Não ligo a diamantes, não gosto de leitão, canetas de ouro também não me dizem nada...não gosto de ouro (a única coisa que quero em ouro é o anel de curso mas esse bem que pode esperar mais uns 3 anitos :D) e as canetas quanto mais leves melhor e eu não sendo perita em ouro costumo ouvir dizer que é pesado. É? Epá...e aquela gente... para ai 100 pessoas no mundo que têm um cartão visa em ouro? A funcionalidade do cartão é a mesma. Para quê ser em ouro? Aquilo ao sol até deve fazer mal aos olhos.
Epá, e não falo por inveja. É mesmo porque há coisas que não entendo. Eu não entendo o materialismo. Que posso fazer? Claro...tenho a casa de sonhos na mente mas casa é casa...é suposto estarmos bem nela (mas um cartão? Qual a diferença? Não é para pagar coisas na mesma e ficar arrumadinho na carteira?). Continuando a casa de sonhos.Eu até me adapto bem a qualquer cantinho. É só porque queria ter uma biblioteca em casa. Mas isso... nem que não faça quartos para poder fazer a biblioteca. E depois já sabem... se quiserem dormir em minha casa, dormem no chão. E não pensem fazer dos livros almofada.
Basicamente comprar-me-iam com pouco se eu tivesse feitio para isso.
Moral desta coisa que nem se pode chamar história: Não me tentem engatar ou subornar oferecendo-me brincos de ouro porque além de não gostar já deixei os buraquinhos das orelhas fecharem. Só tenho um buraquinho na parte de cima da orelha para piercing...e for god's sake...piercing em ouro pior ainda! Não me tentem comprar com nada, portanto. (No fundo, duvido que haja alguém a querer comprar-me porque sou uma coisa andante muito vulgar, mas fica o aviso :D)

sexta-feira, 5 de março de 2010

Bobo da corte, palhaços, comediantes e afins

Quando o bobo da corte está triste não faz rir ninguém. É nessa altura que se torna dispensável, e portanto, trocado por outro bobo da corte qualquer.